terça-feira, fevereiro 17, 2009

sorria, isso basta


Abri a janela e senti a brisa fresca da manhã.
olhei em volta e, despontando lá no horizonte de concreto, o sol dava as caras,
sorri.
a ponta da torre da igreja se destacava no meio das formas geométricas que achatam os bairro.
sorri novamente.
o barulho dos carros foi imediatamente apagado pelo voo silencioso do pássaro que rasgou a paisagem diante de meus olhos amanhecidos.

sorri pelo poder de cura das coisas boas;
sorri porque começa mais um dia;
sorri porque diariamente temos o sol que nos beija a face;
sorri porque tenho amigos que moram no peito e, apesar de não falar com eles todos os dias, quando eu falo parece que foi ontem;
sorri porque existe a música, que pinta de muitas cores nossa alma;
sorri porque comecei o dia antes do alarme tocar, e assim pude contemplar as coisas em meu silêncio interno;
sorri porque este dia está apenas começando;

porque há muitos horizontes a serem desbravados;

porque planejei algo de muito especial para este dia e quero que se concretize;

porque simplesmente respiro e tenho consciencia de mais um dia de existencia.

namastê!

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

sabores da vida


Os anos passaram e o que eu gostava nem sempre corresponde ao que eu gosto hoje em dia.
Os sabores mudaram ou mudou minha boca; 
mudou minha boca ou minha cabeça;
e se mudou minha cabeça, certamente mudou aquilo que que coloco em minha boca,
e assim os sabores se tornam distintos do que foram um dia.

O sabor de infância é um daqueles que jamais se esquece --ele está ali, em nosso banco de dados, às vezes é ativado por alguma situação, odor ou mesmo sabor de algo que vivemos ou conhecemos naquela/daquela época. Sabores das idades, basta ouvir uma música que as cores daqueles momentos que vivemos aparecem diante de nossas pupilas abertas pelo tempo, dilatadas pelos sabores que somente nós podemos identificar dentro da caixa de memória de cada um.

Há sabores do presente que cultivamos por prazer, sabores estes que detemos com mais consciência e que farão parte de nosso chip de memória humana, para futuros acessos.
Há sabores amargos, que por empirismo tendemos a evitar; há sabores salgados como a água do mar --mas sal, principalmente o grosso, é sinônimo de limpeza, e mar, do infinito da natureza.

Mas o sabor mais refinado, único em todos os sentidos e em suas sutilezas, e que não há nada que se compare, é o sabor de gente.
O sabor de gente não se resume em gostos, mas no gesto, no  carinho e na marca que a pessoa nos deixa cravada --no coração, no pulmão e às vezes nas víceras. O sabor de gente não se compra na esquina nem se adquire na internet e sabor de gente precisa estar aberto para senti-lo.
Não há curso nem apostila para isso: há sensibilidade para ver, para observar, para enxergar --depois para sentir, mas o sabor de gente se sente somente com a alma, e essa não é tão fácil acessar.
outro dia senti que perdi a mão no sal de minha comida.
 por temer o excesso, pequei na falta.
será que estou perdendo a mão do sabor das pessoas???

terça-feira, fevereiro 03, 2009

para nao esquecer

Existe somente uma idade para a gente ser feliz,
somente uma época na vida de cada pessoa
em que é possível sonhar e fazer planos
e ter energia bastante para realizá-las
a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente
e desfrutar tudo com toda intensidade
sem medo, nem culpa de sentir prazer.
Fase dourada em que a gente pode criar
e recriar a vida,
a nossa própria imagem e semelhança
e vestir-se com todas as cores
e experimentar todos os sabores
e entregar-se a todos os amores
sem preconceito nem pudor.
Tempo de entusiasmo e coragem
em que todo o desafio é mais um convite à luta
que a gente enfrenta com toda disposição
de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO,
e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE
e tem a duração do instante que passa.

Desconhecido...