domingo, maio 13, 2012

Sonhar


sonhei uma vez que tinha conhecido uma pessoa em um lugar distante da minha terra;
sonhei que poderia ter acontecido algo entre nós,
e o tempo simplesmente passou...
e um belo dia voltei a sonhar
e sonhei que essa pessoa tinha aparecido na minha vida novamente, mas não entendi bem o sentido...
e sonhei que o vi em um bar, bebendo com amigos, com pessoas conhecidas nossas.
sonhei que ele me queria, mesmo depois de tanto tempo...
simplesmente sonhei...
sonhei que poderia beijá-lo como nao tinha feito há dezesseis anos...
e sonhei que este sonho tinha virado realidade!
e que eu poderia sentir o que não tive a chance de sentir há tempos...
sonhei que tivemos uma noite mágica e que poderia durar o tempo que fosse...
sonhei que poderia ter vivido muito mais do que vivi...
sonhei que eu não tinha medo de sentir, de gostar, de viver...
que nos despedimos como nos filmes de cinema, coisa surreal de tão boa.
e sonhei que o veria novamente...

sonhei que ele não significava nada para mim, assim eu não sofreria com a separação.
mas sonhei também que sentia coisas fortes em relação aquela pessoa quase desconhecida.
e sonhei que ele queria ter mais um momento somente nosso, que eu queria também...
sonhei que fugimos de tudo e todos e tivemos de fato nosso momento, no início meio espinhento e descuidado um com o outro, mas depois suave e terno...regado a um bom vinho, comendo uma comida colorida cheia de sonho...

e sonhei que fomos tomar uma ultima cerveja juntos, todos amigos juntos.
sonhei que ele recebeu um telefonema no meio da comemoração e sua cara fechada me mostrou coisas que eu nao tinha visto antes nele...
sonhei que procurei seus olhos e não mais o vi naquela noite, o perdi.
e sonhei que se trouxe a tona assuntos tão delicados que eu não soube lidar,
sonhei que falei coisas das quais não me orgulho, pois são tão doloridas e dificeis de lidar que não sei nem como fazer isso...
sonhei que já estava bem ébria e em meio a um periodo dificil, ficou mais dificil lidar com feridas antigas...

sonhei que, ao me dar conta de ter visto coisas feias na pessoa que havia jantado comigo e me beijado com tanta paixão na outra noite, mostrei também coisas feias de mim.
sonhei que assim seria mais fácil me desvincular de um sonho impossível

sonhei que os ultimos momentos foram muito ruins.
sonhei que ele pedia desculpas que nao estava mais ali comigo...
 e sonhei que não me dei conta de muitas coisas que me dou conta agora...
sonhei que mostrar coisas feias às pessoas não é a melhor tática de esquece-las
mas as vezes fazemos isso insconscientemente...

e assim sonhei que o encanto se desfez, tão rapidamente quanto se fez...
e sonhei que poderia ter fechado a historia de outra maneira
sonhando assim que essa pessoa pode ter aparecido somente para me contar que posso gostar de novo de alguém de verdade, real.

sonhei assim que sentir coisas boas é bom, é sentir-se vivo, pois sonhei que estava dormindo, com o coração dentro da geladeira, com medo de sentir de gostar...

sonhei que encontrei o sentido dessa pessoa ter aparecido de novo:
a razão era para me mostrar que posso sonhar de novo

domingo, maio 06, 2012

Passado

Pequenas bolhas borbulham bordeando meu estômago.
a música alta nem me incomoda:
ela serve de trilha sonora para a incansável subida das bolhas no copo dourado,
que brilha no foco focado no único ponto de luz fixo.
algo destoa, mas mesmo assim nada estraga a espera.
a ausência já preenche o espaço no banco vazio à minha frente.
o desconhecido me intiga,
e a lembrança do último encontro 
enebria a alma inquieta.

quarta-feira, maio 02, 2012

TUNNG no MIS


incrível como abrir uma gaveta e achar um pedaço de papel ou sentir um cheiro antigo no ar ou mesmo achar um vídeo feito de maneira casa-eira (SIC) possa te levar para outros lugares em segundos.
hoje eu voltei no tempo, cliquei em um vídeo guardado há tempos, e esses cinco minutos me tocaram a fundo. gravei correndo, não ficou profissional, mas ficou na memória do coração, na minha memória.
hoje estive por alguns minutos de volta àquele auditório escuro com aquele show de luzes e sons. lembrei das pessoas com as quais convivi naquele ano tão bom e tão ruim, resquícios do que a vida pode nos trazer e ensinar.
levo essa música do Tunng em mim, como marca de um tempo vivido, de emoções sentidas a fundo, de aprendizados políticos infindáveis, de relações descobertas e principalmente de mim menina mulher vivendo intensamente, pois não sei viver de outra maneira...

vontade de ser mais

às vezes essa sensação de ser uma formiguinha não desgruda de meu âmago.
é certo, elas tem seu mérito: carregam coisas acima de seu peso, para lá e para cá, trabalham muito, constroem precisos complexos onde moram. e tudo isso para um dia vir alguém e furar entrada de sua casa e se alimentar de suas colegas. mesmo assim, elas pacientemente começam a construir tudo de novo.
as formigas são organizadas, são cúmplices, são uma equipe.


eu não sei trabalhar se não for em equipe, não sei viver de forma isolada. 
certo que temos nossos momentos de isolamento, mas não dura, 


qualquer hora você sente saudade de um bom bapo com uma amiga, 
ou quer dar risada na mesa de um restaurante.
quer ver, quer ser visto.
ou nem isso, quer somente se relacionar, ouvir musica, se divertir, 


simples como o suave bater das ondas na rocha,
do sorriso maroto da criança no carro ao lado,
da pincelada de um artista na tela branca,
o bater das asas da borboleta recém saída do casulo,
o abanar do rabo do cão que vê seu dono,
do queimar de uma vela,
do gole de vinho absorvido pela boca,
de um olhar confidente entre amantes,
do silencioso nascer do sol,


simples como uma formiga.

Silenzio


Il silenzio mi abbraccia, mi coinvolge
e coinvolta mi trovo
lui mi soffoca e me stringe contro il muro
stringe in me stessa
lui mi conforta, mi abbraccia e mi protegge
dentro de lui riesco a trovare tutte le risposte
de tante domande
dentro de lui mi sento sola
persa nella scurità
persa nella immensità
nello silenzio mi incontro e mi sento persa
mi capisco
lui é mio amico, mio confidente
nella difficile caminata di molto lavoro
silenzio,
cosa vuole di me?

no inverno tudo parece tudo meio inferno
esse frio que não passa
essa fome que me mata
fome de gente
fome de luz
de calor
inferno que não queima, 
congela
a alma da gente
o sorriso, o abraço
a distancia que silencia
a voz que não grita
mas ecoa na alma
silencio
solidão
reflexo
apenas frio