domingo, dezembro 28, 2008
Lenda Árabe
O amigo ofendido, sem nada dizer, escreveu na areia:
HOJE, MEU MELHOR AMIGO ME BATEU NO ROSTO.
Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se.
O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo.
Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra:
HOJE, MEU MELHOR AMIGO SALVOU-ME A VIDA.
Intrigado, o amigo perguntou:
Por que depois que te bati, você escreveu na areia e agora que te salvei escrevestes na pedra?
Sorrindo, o outro amigo respondeu:
Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia onde o vento do esquecimento e do perdão e se encarregam de apagar.
Porem quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra da memória e do coração; onde vento nenhum do mundo poderá apagar
domingo, dezembro 07, 2008
esta manhã quando estava dirigindo e quase fui atropelada por uma van do serviço do metrô, emergi em pensamentos que me remeteram às antigas cidades e como tudo começou a ser organizar em torno das sociedades que começaram a conviver em um mesmo local com suas trocas comercias e relações de toda e qualquer natureza. passou um filme dentro de minha cabeça de como tudo começou lá trás, nos primeiros sinais de organização de cidades e, olhando como estamos nessa cidade de São Paulo quase senti uma nostalgia de tempos que não vivi --ou teria vivido em algum âmbito de meu incosciente individual ou coletivo.
Sim, a sociedade funciona organizadamente ou está organizada para funcionar simplesmente, mas isso não implica que esta convivência atinge sua plenitude.
continua...
terça-feira, novembro 25, 2008
?
domingo, novembro 09, 2008
domingo, outubro 26, 2008
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.Quando se vê, já são seis horas!Quando se vê, já é sexta-feira...Quando se vê, já terminou o ano...Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.Quando se vê, já passaram-se 50 anos!Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.Desta forma, eu digo:
Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."
Mário Quintana
segunda-feira, outubro 13, 2008
noite agitada
e a partir dali eu arrumava meu casamento em uma cidade de interior,
com todas as pompas, massagem, cremes e um belo vestido.
e pessoas me esperando na igreja!
não vi noivo, não vi casamento, mas era nítido que eu estivesse sonhando
com meu próprio casamento.
quando acordei, fui buscar o significado dele, então li:
Sonhar que se participa do próprio casamento é mau agouro, pois o casamento também significa morte, e o sonho anuncia que se terá oportunidade de acompanhar um enterro. O presságio, é, porém, menos desfavorável, se não se participa da alegria geral. Se a pessoa se contenta em assistir ao seu casamento, está destinada a sofrer com a identidade de uma mulher.
depois disso, olhei para a janela e resolvi pensar em outra coisa.
segunda-feira, outubro 06, 2008
diferente
Cresceu dentro de uma família numerosa, com muitos irmãos homens que falavam alto e sempre tinham a vez de falar na hora do almoço e jantar.
Ela cresceu tímida e sem voz ativa, suas idéias eram sempre ridicularizadas pelos irmãos troculentos.E ela cresceu insegura, ela era sensível demais.
Cresceu.
Na adolescência teve alguma confidência dos mesmos que a atropelavam na infância, mas mesmo assim, ela não se sentia parte do todo, pois quando estavam reunidos, ninguém podia escutar sua voz no meio das altas vozes dos irmãos e primos, ela era somente a única menina no meio dos meninos.
Por isso ela conheceu bem a essência dos meninos, podia bem compreendê-los em todos os sentidos, sabia como eles reagiam, o que eles queriam, o que desejavam e como pensavam. Mas isso não impediu que ela sofresse e sempre esperasse um reconhecimento como ser humano.
O tempo passou e ela se formou, cresceu e encontrou seu jeito de ser, bem diferente dos irmãos, da família, dos padrões.
Aprendeu que o grande exercício da vida consiste em aceitar as diferenças, coisa que ela não encontrou dentro de sua própria família, isso mexeu com sua sensibilidade e aflorou sua insegurança.
Assim cresceu, as duras penas, cresceu.
Hoje não tem final feliz nem infeliz, ela continua sensível, nem mais nem menos, continua insegura as vezes superando mais e outras menos, e segue com irmãos troculentos e de pouca sensibilidade, isso sempre muito, muito sempre.
Ela segue sabendo quem é, mesmo se ninguém de sua família saiba ou tenha notado que ela cresceu e se tornou algo a mais do que apenas diferente.
quinta-feira, setembro 11, 2008
um pouco de emoção
terça-feira, agosto 19, 2008
um respiro aliviado de curtir um simples passeio, um passeio despretencioso que nos inspira a viver melhor, a valorizar as pessoas e momentos de nosso presente, um passeio que nos clareia a visão, os sentimentos e nos deixa mais leves. um passeio onde se possa flagrar dois amigos/vizinhos conversando neste veranico na garagem tomando uma cervejinha, um passeio onde sem querer reveja amigos de colégio que estão por acaso sem o acaso marcado no bairro filmando um curta, onde se possa pensar na vida, possa conversar com pessoas na rua, deixar a carranca e escudos em casa e se relacionar despretenciosamente com as pessoas que vivem no mesmo bairro que você...
uma vinda despretensiosa com grandes pretensões afetivas.
creio que ele me laçou.
segunda-feira, agosto 18, 2008
quinta-feira, agosto 07, 2008
domingo, agosto 03, 2008
mix
A rua estava vazia, poucos carros passavam, poucas pessoas caminhavam, o frio reinava e eu tentava me esquentar dentro do casaco. O clima me remeteu à lugares distantes em tempos vividos há muito, muito tempo.
A lente dos óculos escuros escondia o esforço de estar ali fora, quando o que mais queria era estar dentro. Talvez dentro de mim mesma.
Senti vontade de voltar assim que atravessei a rua, mas encarei uma volta no quarteirão: desviar das pessoas no ponto de ônibus em frente a escola; cruzar com o mesmo senhor gastando água em sua calçada; os mesmos cheiros e lugares, as flores que se renovam, a barraca de pastel que fica ali solitária na esquina dominical, o mendigo que talvez nem tenha dormido na sua calçada úmida esta noite, não deixou de varrer as folhas acumuladas no chão.
A volta se completa, e a única coisa que quero é voltar para dentro. Preciso disso. Agora.
A letra da música "Across de Universe" ecoa na minha cabeça e sou obrigada a discordar do refrão: Nothing's gonna change my world - Já está tudo mudando, já vejo coisas mudadas nesse breve espaço de horas corridas entre ontem e hoje.
Sei que depois que sair do casulo, o sol estará brilhando novamente, tudo em seu devido equilibrio, inclusive eu mesma.
E o refrão muda instantaneamente: Here comes the sun...
o gosto dos sons
as folhas balançando ao sabor do vento, os grilos e pássaros cantando são complementados por um galo que canta tardiamente ao fundo, essa é a música do ambiente.
o vôo silencioso de um pequeno gavião rasga o céu estupidamente azul.
a brisa acaricia os cabelos sedentos de cafuné e a voz das crianças brincando na varanda traz alento ao coração.
de quando em quando a natureza interage de alguma maneira: seja o zunido de alguma abelha distraída em seu incessante trabalho diário, seja a aparição de algum pequeno inseto escalando minha perna como se meu corpo fizesse parte dos obstáculos de seu caminho.
o caseiro sai com sua bicicleta para alguma tarefa na cidade, denunciada pelos sons dos carros que passam ao longe, bem ao longe.
o cansaço da longa caminhada pelas ruas de pedra e terra que nos trouxeram até aqui, se desmancha em uma confortável cadeira que repousa no meio do gramado onde contemplo, apenas contemplo.
a calma se interioriza,
o corpo relaxa e a mente descansa.
o sol me abraça e o sono vem, de mansinho.
a única preocupação neste momento é descobrir qual pássaro canta na árvore mais próxima.
fecho os olhos e me deixo levar...
quarta-feira, julho 23, 2008
piccolo racconto
Ela dirigia tranquilamente enquanto aproveitava os sinais vermelhos para arrumar seus cabelos amanhecidos da lavagem. A hora passava e o caminho errado não abalou sua tranquilidade: fez o contorno, buscou o caminho de volta sem deixar de cantarolar.
Quando finalmente chegamos à pequena vila ensolarada escondida no meio de uma agitada rua nos jardins, parou o carro em frente ao portão para se identificar, quando se deparou com aquele fio branco que jazia em um contraste gritante com o azul de sua calça. Ela não conseguia disfarçar o choque da descoberta. Curiosa, pegou o fio entre os dedos indicador e polegar e o colocou diante de seus olhos estarrecidos a fim de analisa-lo com mais apuro.
Diante do que via, meu constragimento me impulsionou a olhar para outro lado disfarçando instigada com o desenrolar de toda a cena.
Murmurou algo como " não é do cachorro, é muito longo para ser dele, então só pode ter caido da minha cabeça". Tão jovem, ela não esperava tal descoberta: os fios de cabelo branco começavam a brotar em sua cabeça inexperiente. Imediatamente ela fez a previsão dos próximos passos: ela não pintaria, ou 'enlouraria' como dizem por aí: ela assumiria cada fio novo, por mais que demorasse para digeri-los em sua presença ameaçadora entre seus longos cabelos escuros.
Em um ataque de egocentrismo aliado à vaidade extrema, puxou o espelho retrovisor em uma vã tentativa de controle do aparecimento de outros eventuais fios. Ajeitou o cabelo como se precisasse ajeita-lo da melhor maneira possível, assim ela poderia resgatar os tempos sem eles, os fios brancos.
O sol batia em seus lindos cabelos, e ela continuaria radiante apesar de sua nova realidade.
terça-feira, julho 22, 2008
flashback
Hoje o clima esta propício para me livrar da jaqueta jeans que pesava em meus ombros.
O barulho me parece o mesmo, só que acrescido de ensurdecedores motores de motocicletas que insistem em passar pela avenida acelarando seus motores.
O tempo passa, rio e bebo com um casal de amigos que logo é substituido por uma amiga que há muito não via: recebo um telefonema que tornará minha espera mais breve, mudanças de planos e o tão esperado encontro ficará para outra ocasião...mas quando?
Termino meu chopp, pago a conta após comer o último pastel de queijo da travessa, me levanto e sigo com Gusmão até minha casa, dessa vez sem encontrá-lo.
domingo, julho 20, 2008
sábado, julho 19, 2008
In cammino
I segni della notte dura mal dormita, gemendo nel corpo stanco.
Con gli occhi segnati dal sonno, ascoltare il tintinmio dei grilli notturni, causa il ritardo del risveglio- il corpo chiede riposo.
Il giorno finalmente albeggia e con lui il non rinviabile dovere di camminare.
Svegliarsi, sgranchirse, profumo di caffé, saltare giú dal letto, rumore, gente, un cane e sopra le nostre teste, il cielo stupidamente azzurro sfidando il dificile compito.
Tutto preparato: protezione contro il re-sole, nello zaino appena il necessario, idratante per il corpo e coraggio per l' anima.
I primi passi silenziosi danno inizio alla lunga caminata sofferta nella mente ma poco sentita nei muscoli. L' ombra dei grandi anacardi rende ameni i passi nella sabbia morbida fino all' ingresso.
Case di nativi cominciano a scoppietare lungo il cammino distraendo la vista mentre il sole abbraccia il corpo deciso.
Ultima curva di sabbia bianca, ultime case. Molto giá percorso. Le possibilitá di ottenere un ultimo bicchiere d' acqua per il corpo in marcia stanno svanendo, ma il ritmo non diminuisce e la possibilitá di qualche sosta é scartata.
Dopo un piccolo bivio segnale di veicoli motorizzati nella strada sabbiosa offuscante: una moto tipica della regione e un' auto utilitária porta con se la stranezza di essere diversa dalle macchine appropriate al terreno difficile.
Seguo in silenzio, di fronte la strada do terra battuta lascia la sabbia morbida indietro, riempiendo gli occhi con il paisaggio bucolico a perdita di vista.
Continuo in compagnia di me stessa.
I miei piedi sono il mio transporto.
La mia mente le mie ali.
Guardo la strada, abbandono i sandali, sento il sole, sento il suolo.La ghiaia ferisce la pianta dei piedi callosi, ma subito diventa un scherzo di sensazione tattile.
Senza vento, sento la mia respirazione e permetto al sole di abbracciarmi sempre piú forte. Guardo nuovamente i miei piedi e scopro un camminare sicuro sul suolo vermiglio e secco. Alzo gli occhi e il verde abbraccia le vacche che ruminano ignoranti della mia presenza.
Rompo il silenzio quando saluto il bimbo cha attraversa la strada senza levare gli occhi da questa curiosa figura che cammina lungo la strada. Sono loro due: lui nella pastorizia e lei diretta all' orizzonte. Una traccia di occhiate, una parola amica e mai sapró il suo nome o cosa lui ama. Un accennato saluto che rompe il silenzio stanco del caminare ostinato.
Seguo dentro di me e vedo ampi spazi, dentro e fuori.
Il dondolare della braccia diventa anestetizzato dalle innumerevoli volte che il movimento si ripete. Non do attenzione alle gocce che insistono a cadere. Il cammino diventa gentile e la mente fluttua attraverso i contundenti raggi del sole. Non sento piú il dolore della ferita nella gamba che tarda a rimarginare.
Passo a passo l' aria cambia colore e avvisto il primo tetto. Riconosco la prima casa e tardo a credere che chilometri sono stati percorsi e non sentiti.
Non vedo anima viva fino a raggiungere il paesino dove poco a poco incontro movimento.
Cammino icognita ma vengo percepita.
Osservo ragazze che escono da una porta di legno dipinto ai bordi della strada e riconosco un viso. Rompo il silenzio con parole di vicinanza. Mi restituiscono sorrisi e passi affretati.
Mi concentro nella casa conosciuta. Oltrepasso il cancello e chiamo. Nessuno appare. Un viso timido si affaccia alla finestra. Con il riconoscersi un sorriso.
Accolta su di una vecchia sedia vicino al focolare a legna, bevo un caffé con bambini festosi intorno a me.
Ascolto storiele raccontate nella difficile lingua locale quase incomprensibile a orecchie disabituate.
Paradossalmente mi sento a casa e allo stesso tempo fuori da questo mondo rustico. I miei occhi girano ubriachi con ció che vedono. I bambini che corrono, il pozzo pieno, il caso della figlia che quase morí, l' orto, la latrina lontana dalla casa, le amache appese, il bimbo che mangia sardine alla brace per colazione, la madre che sorride offrendomi un' altra tazza di caffé.
Questo bello scambio umano.
Fino ad alzarmi e riprendere il cammino.
terça-feira, julho 15, 2008
ELE
sábado, julho 12, 2008
são luiz do paraitinga
quinta-feira, julho 03, 2008
pena ter que mexer com essa papelada
quando queria estar te abraçando
pena você não estar aqui
pena ter que ir viajar sem te dar um beijo
pena estar frio
bom descansar
bom terminar tudo isso
seja a hora que for
bom ter saudades
bom ir e depois voltar
bom buscar o sol
para que beije minhas faces
em outras paisagens
montanhosas
frias e longínquas
para depois voltar
mais uma vez
voltar
quarta-feira, julho 02, 2008
a clinica era discreta, subi a rampa de acesso ao estacionamento pensando na descida segurando Hera no colo, ou puxando-a dentro de sua dolorosa locomoção. chegamos à porta, pedi o elevador, pois ela não conseguiria subir as escadas. ao sair do elevador, demos de cara com um labrador e um rottweiler. o segundo logo se levantou e ameaçou a presença dela no ambiente. não que ela não tenha levantado suas orelhas e mostrado os dentes, mas eram dois cães de porte pesado e não seria muito fácil contê-los.
sentamos na sala de espera: relaxei, mas Hera continuava ofegante.
esperamos
esperamos
até que fomos chamados para o ultrassom. este sim foi uma ginástica, pois tivemos que virar Hera de modo que sua barriga ficasse para cima, ela sem entender muita coisa, deixou que a puséssemos em cima da maca com as patas para cima enquanto sua barriga era tosada para o exame. o tempo foi passando e com ele sua paciência de cão. a dificuldade de segurá-la teve de ser amenizada por palavras tranquilizadoras de alguém conhecido.
descemos da maca, passamos novamente para a tal da recepção. nessa hora pensei em tudo que vivi com Gaia, será que eu passaria tudo que passei com a mãe da Hera novamente? seria eu capaz de me afeiçoar de tal maneira a sofrer perdas como a da Gaia?
eu vi a Hera nascer, alias só nasceu por que desisti de ir para a faculdade a pedidos insistentes da prenha Gaia, que não me deixou em paz até que eu me sentasse ao seu lado e ela começasse a parir todos aqueles lindos filhotinhos. ela não deixou mais ninguém chegar perto a não ser eu.
que situação: todos os seres humanos da sala sentados ali, naquele mesmo ambiente, cada qual com sua coleira, sua caixinha, seu cobertor, sua roupa canina, segurando seu pertence. mas claro, todos eles recebendo cuidados, mas sem exceção, presos, todos eles. quem levava quem na coleira afinal? estava tão mergulhada naquela situação, era de fato a única que conversava com seu bicho de estimação.
mas mesmo assim me sentia à parte daquele ambiente canino: não era dona da Hera e nem era minha aquela realidade, estava ali apenas para cuidar da herdeira de minha dona, Gaia. Era uma realidade momentânea apenas. os donos, tendo suas preocupações cada qual em sua cabeça, segurando seus 'animais de estimação'. tive vontade de soltar a Hera na natureza, mas perai: que natureza ela pertence a não ser essa natureza urbana caseira? ela não é um leão criado em cativeiro que possui seus instintos mais selvagens. não seria cabível deixar um pastor alemão na mata para viver, não é da natureza deles!
só aí e dei conta que não podems fugir disso, dessa realidade urbana sócio econômica: bichos de estimação também vão aos 'fleurys' de cachorros, tiram sangue, fazem ultrassom e tem que esperar os laudos na sala de espera.
sim, são os mesmos bichos que frequentaram nossa casa desde que éramos crianças, que circulavam tranquilamente nos cômodos e entre as visitas, eram dóceis e, quando escapavam para a rua, logo voltavam depois de explorar a vizinhança. aqueles bichos que comiam os restos de nosso almoço ou jantar, aquele bicho que ia no nosso carro viajar conosco porque éramos incapazes de deixá-los abandonados em casa, e que nossa maior diversão era dar banho nele nos finais de semana.
nem por isso tivemos doenças e fomos maltratados pelos cães que eram parte de nossa família.
certo que continuam fazendo parte da família, mas vejo-os com mais cara de 'pertences' que aliás custam muito caro, pois a ração tem que ser de primeira, o pet shop tem que marcar hora e veterinário recomenda extração de dentes e exames de ultrassom e sangue em jejum.
estamos deixando nossos bichinhos de estimação cada vez mais parecidos conosco?
sexta-feira, junho 27, 2008
brindemos: a vida é a arte do encontro,embora haja tanto desencontro pela vida [v.m.]
a cama voce deixou vazia,
a lembrança esta forte demais para apagar
os momentos vividos há pouco.
a música preferida se repete incessantemente.
nosso amor fugiu,
já teve seu tempo e voou pela janela,
como um pássaro assustado.
perdemos nossa chance
de voarmos juntos.
o que restou foram apenas as lembranças
de momentos incríveis.
e agora o que temos são fugazes encontros,
toques que esquentam e esfriam
com a mesma rapidez.
e você orbita e não levanta seu vôo solitário.
dá para te ver atrás da névoa,
enquanto eu busco outros encontros.
me espia,
espera
que eu me volte e te veja.
sempre te encontro ali,
à espreita de mais uma nova oportunidade
de estar junto
fugazmente
brilhantemente
deliciosamente
calorosamente
superficialmente
agora olho para o lugar vazio
que me traz para a realidade.
o vazio que você faz questão de deixar,
como eu já deixei tantas vezes.
eu sinto
tua ausência
já não mais tão sentida.
é hora de despedir.
cada vez será mais difícil ver-te na névoa
mais difícil buscar-te na névoa
querer-te nela
ou ver-te
atrás
à espreita
sempre esperando.
não voamos antes
não voaremos mais.
olharei o horizonte
buscando apenas
tua imagem embaçada
e belas lembranças
levadas pela brisa invernal.
assim seguiremos
um dia
como nunca
como sempre
domingo, junho 22, 2008
vento ventania vendaval
domingo, junho 15, 2008
Havia passado o dia anterior, entre outras coisas, pré-preparando as coisas.
As pessoas chamadas foram escolhidas a dedo.
Acordei feliz, era um dia de domingo como outro qualquer.
Minto, não era não.
Era especial, espacial.
Acordei cedo e logo comecei a me movimentar e parei somente a meia noite do mesmo dia.
O furacão passou.
Um furacão bom, de sorrisos, de sons, de olhares e risadas, conversas boas.
Gente comendo, apreciando, criando confidências, laços, ternura, reafirmando amizades.
O cansaço físico não me tira o prazer de ter passado horas seguidas em companhia de quem escolhi.
Os abraços na despedida, a troca humana, a proximidade não se encontra em lugar algum,
a não ser ali, naquele momento com aquelas pessoas.
O dia transcorreu suave, a porta aberta deixou aberto o coração, às emoções.
Não poderia querer mais nada além do que tive neste dia.
Somente outros bons domigos aos longo dos finais de semana, principalmente depois dos sabados e antes das segundas...
Mas isso depende unicamente de nós mesmos...
Não é mesmo?
Então bom domingo
domo arigatô gozaimashita
sábado, junho 14, 2008
este povo não tem a quem recorrer, possui este tipo de atendimento e aqui acaba se concentrando uma grande parcela das desgraças físicas-sociais de nossa sociedade como deformidades nasais, físico-pessoais etc
e eu aqui no canto no final da sala vejo como sou de fato abençoada.
a senhora que desesperadamente tenta secar seu pedido de exame com a manga da blusa,
a voz masculina que metalicamente canta os nomes escolhidos,
a sala parece que se encheu,
o rapaz ao lado fecha seus olhos por um minuto, mas no outro parecia preocupado em voltar para este ambiente.
cada um cuida de sua vida, sorte daqueles que vieram acompanhados.
tenho que evitar fortes emoções, tento não em envolver com o ambiente, prefiro não ver a mulher grávida nem a senhora em pé, terei que me levantar: meu senso de humanidade não me deixaria sentada.
o tempo passa
Finalmente cedo meu lugar à senhora oriental.
meu martírio recomeça, procuro uma parede para me escorar, mas não encontro.
volto para perto de onde estava sentada --a luta por cadeiras vazias deixadas após a metálica voz anunciar nomes e nomes que ecoam pela sala.
olho impassiva para esta loucura --um senhor se apressa para sentar diante do olhar incrédulo de uma grávida em pé que desejava o mesmo assento. como ele não viu? ele não, outros sim, o que despertou sua consciência.
meu bom senso me recompensou: meu ex vizinho foi chamado e levou seu all star vermelho para dentro da sala de exames.
meu mal estar já não me sufoca, acredito poder controlá-lo, sento-me e volto a esperar.
tenho medo apenas de tirar sangue e aí sim pegar o atestado de desmaio...............
quarta-feira, junho 11, 2008
1.. Beijo na mão..! ..Eu te adoro
2.. Beijo na bochecha....Eu só quero ser um amigo
3.. Beijo no pescoço....Eu te quero
4.. Beijo nos lábios....Eu te amo
5.. Beijo nas orelhas....Eu só estou fazendo joguinho
6.. Beijo em qualquer outro lugar...Não vamos nos deixarlevar.
7.. Olhar nos olhos....Me beije
8.. Brincando com seu cabelo....Não posso viver sem você
9.. Mãos na sua cintura....Eu te amo demais pra te deixarir embora
Os Três Passos:
1.. Garotas: Se algum cara ficar fresco com você, dê um tapa nele.
2.. Garotos: 'SE A GAROTA TE DÁ UM TAPA, BEIJE-A.'
3.. Garotos e Garotas: Fechem seus olhos quando beijarem, é feio ficar olhando fixo.
Os Mandamentos:
1 Você não deve apertar muito forte.
2 Você não deve pedir por um beijo, simplesmente dê um.
3 Você deve beijar a toda oportunidade.
terça-feira, junho 10, 2008
já era manhã.
A dores do corpo haviam sumido dando lugar a um temporário bem-estar que sabia, não iria durar muito.
Forcei abrir os olhos
Forcei levantar-me
Forcei comer algo no café da manhã.
Fui atendida às 8h30
Seus olhos: de mãe
Suas mãos: de anjo
Seu cuidado: inigualável
Na porta lia-se "Dra Basile"
Senti-me em casa, me senti cuidada.
Do 5o andar, passei para o 2o andar em questão de minutos.
Agora estava no chamado subsolo e a sensação claustrofóbica só fez aumentar casa vez que adentrava em ambientes menores com mais gente aglomerada, como se isso fosse possível.
Conquistei a simpatia da atendente que trocou palavras e informações comigo. Explicou-me como tudo funcionava ali.
O mal-estar chegou com todas as forças, um grande auto-controle me segurou.
Abstrai toda aquela gente e a evidente falta de espaço que exalava ansiedade e angústia.
Fiquei perto dos guichés de atendimento a fim de buscar um pouco de ar e tentar a sorte de uma cadeira. A espera seria longa, eu sabia.
Comecei a escrever, tentar ocupar minha cabeça, olhei para os rostos cansados que passavam pela mesma coisa que eu--não identifiquei ninguém que se parecesse comigo.
Eram rostos judiados, viajados, cansados de guerra. Rostos estrangeiros, idosos, secos pelo duro sol, rostos desesperançados, rostos simplesmente diferentes, apenas rostos.
Quando finalmente me sentei para aliviar o mal-estar após quase ter me colidido com uma senhora desesperada por uma cadeira, me deparei com uma parede à minha esquerda, um rapaz com fones no ouvido, seus piercings e all star vermelho e a fúria de escrever que logo cansou-me e pude repousar meu exaurido corpo.
provérbios
segunda-feira, junho 09, 2008
domingo, junho 01, 2008
about last night
quinta-feira, maio 29, 2008
tudo começou aos 35 do segundo tempo
Lembro-me da sensação de angústia, tremedeira e medo vivida em todos os poros há dez anos.
Não soube lidar, me entreguei, me debrucei e cai.
No final passei com louvor, a custo de muito suor e memórias indeléveis, na primeria prova suada de vida crua.
Sem muita consciência achei que estava perdendo terreno e tempo estando no lugar errado, fazendo coisas igualmente erroneas.
Tudo ia contra.
A maré, as pessoas, as coisas.
Fui teimosa e nadei contra a corrente para me livrar daquela sensação que me consumia a alma.
Derramei inúmeras lágrimas sem lembranças, implorei apoio farmacológico.
nada, não quiseram me dar.
tive que me virar.
Fui conversar com alguém que não me lembro do rosto,
mas demorou muito em meu frágil entender momentâneo para eu chegar no ponto---tinha muita coisa para resolver antes.
Fiquei naquela poltrona, gastando papéis e cabeça durante um infinto tempo ininterrupto até cair novamente.
E cai.
Não mais conversei com a pessoa que me lembro agora claro como água cristalina.
Agora volto ao futuro, que é o presente se tranformando em passado.
Esta deveria ser a terceira vez.
Achei por um momento que fosse mulher maravilha para segurar o mundo.
Sozinha.
Não sou.
E a vida se encarregou de me avisar isso.
Mostrou-me que eu posso ficar em pé.
não preciso cair
Para viver
Para aprender
Para melhorar
Para recomeçar
Para reavaliar
E que onde quer que você esteja, fazendo seja o que for, seja lá com quem,
Sempre é possível
cair
se levantar
sacudir a poeira
e
dar a volta por cima
36
quinta-feira, maio 22, 2008
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois:
"Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus.
"A amizade é um amor que nunca morre" .
quarta-feira, maio 21, 2008
divisor de águas
No rádio ouço a voz da cantora que já morreu, mas vive na arte da filha
A vontade é de não sair daqui
A sensação de liberdade é imensamente penetrante
Nos ossos, na alma
O sono entra em meus olhos clamando descanso
meu corpo grita
em um sopro suave
nas pestanas pesadas
Não vou lutar
Vou me entregar para desta vez não acordar estranhada
acompanhada da sensação do esquisito
do acordar fora da minha cama
do não querer mais isso
do não saber para onde correr,
mas ao mesmo tempo saber exatamente o que fazer
Afinal no final é isso que vale
somente isso
a vida é uma só
simbora
ser feliz.