terça-feira, dezembro 29, 2009

Vinícius de Moraes

"A mulher de gêmeos
Não sabe o que quer
Mas tirante isso
É uma boa mulher.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que diz
Mas tirante isso
Faz o homem feliz.
A mulher de gêmeos
Não sabe o que faz
Mas por isso mesmo
É boa demais..."

sábado, dezembro 12, 2009

de Fernando Sabino


“De tudo ficaram 3 coisas:

...A certeza de que estamos sempre começando;

...A certeza de que é preciso continuar;

...A certeza de que podemos ser interrompidos antes de terminar...


Façamos da interrupção um caminho;

da queda um passo de dança;

do medo uma escada;

do sonho uma ponte;

e da procura...

um encontro.”



segunda-feira, novembro 30, 2009

pegadas


não conseguirei dormir sem escrever estas palavras e nem que seja para joga-las ao vento.
a vontade de te encontrar, se faz presente e preciso abafa-la,
para não te abafar...
porque abafar?
porque apesar da vida ser a arte do encontro, nosso encontro se fez de maneira tão bela
mas se desfez como os castelos que cedem às ondas impiedosas do mar.
foi lindo, foi real, foi emocionante
mas hoje o que carrego comigo além da tristeza, são apenas um par de pegadas na areia tropical
como se não fosse possível enfrentar a vida assim, sei que é,
sei que sou forte e auto suficiente, agora mais do que antes

a raiz seca se rompe com a maresia e
ouço ruídos de passos que não existem
a porta que se fecha com o vento não passa de uma presença despercebida
e sigo só
sem mesmo a idéia de ter você ao meu lado
lado este que esteve tão preeenchido pelo pouco e por tudo que construimos
rindo, dançando, cantando em volta da fogueira

queria tanto falar, sentir, tocar, saber..simplesmente estar
e o que me resta é somente olhar para o horizonte e sentir o vento
que bate em meu rosto e leva tua lembrança para longe
e me deixa marcas indeléveis na alma

sábado, novembro 21, 2009

nascidos nos DIAs 27 ............ DIA DA AUDÁCIA

Feliz daquele que nasce neste dia, pois a junção dos números 2 (dois) e 7 (sete) somados, representam o carisma do número 9 (nove). O nativo deste dia é normalmente conhecedor dos mistérios da vida e pode, se
quiser, ir a extremos: para o bem ou para o mal, e normalmente com 18 anos já definiu o caminho que vai percorrer.
Virtudes: dedicação àquilo que acredita, generosidade e genialidade.
Fraquezas: falta de concentração e de persistência. Como lhe parece fácil realizar qualquer coisa, inclina-se a protelar tudo. Normalmente intelectual, de natureza psicológica, é admirado e respeitado por todos que dele se aproximam, conseguindo realizar sonhos de paz e harmonia entre as pessoas. Tem personalidade audaciosa, liberal, corajosa, combativa e independente; é também grande amante da liberdade e não suporta dar satisfação dos seus atos, preferindo trabalhar só.
Quase sempre bem sucedido no plano material, dificilmente tem maiores problemas de dinheiro, pois sabe como consegui-lo. Tem elevado senso de fraternidade e mente Universal. É afetuoso, emotivo, nervoso e de certa maneira um tanto extravagante, principalmente em se tratando de sua aparência. O amor, a afeição e dedicação ao semelhante representam muito e é capaz de grandes sacrifícios pelos que ama.
É por demais pacífico e jamais procura problemas, o que não quer dizer que seja covarde; muito pelo contrário, pois se pode tornar violento quando atingido por injustiças e ingratidões. Caso não tenha uma existência superior e altruísta, as frustrações, fracassos e decepções podem lhe causar perturbações cardíacas e algum tipo de problema cerebral.

quarta-feira, novembro 11, 2009

Save Trip Home

Hoje acordei dando bom dia ao sol ouvindo boa música.

Tudo me parecia diferente -- acho que aquilo que estava diferente

era eu internamente,

e a vontade de ficar diferente.

A música entrou pelo fone de ouvido sem pedir licença e me tocou.

Lá no fundo, na sensível sensibilidade;

interna, bem internamente;

suave, suavemente,

como veludo.

E tudo passou a ter essa sensação,

essa cor.

Pensei naquela pessoa assim, sem querer...meu coração se aqueceu.

O sorriso daquela criança que brincava com retalhos de pano enquanto pedia dinheiro no semáforo, imaginando uma roupa nova, pareceu mais iluminado quando percebeu que alguém lhe roubava a magia do momento e a observava...

O desencontrar de mãos, primeiro ela procurando a dele e depois ele tomando a dela, para finalmente atravessar a avenida de mãos dadas e protegidas do casal de meia idade que esperava a vez de atravessar, pareceu mais meigo, unido e carinhoso...

Os problemas não resolvidos me pareceram tão leves...

As minhas amizades mais valiosas ainda...

Minha sinceridade menos severa...

Querer encontrar o pequenino logo era deixar o dia mais desejoso de seguir em frente.

Regado pelo mesmo sol que iluminou meus caminhos pela manhã, agora na volta,

quase se despedindo.

O som das cordas do violão e a voz suave da canção deixou a rua mais aveludada.

Não ouvia mais buzinas,

Não sentia cheiro de cigarros,

Nem via cara feia de gente triste,

Não ouvia rancores de corações apertados.

E o que permeava a alma era apenas a serenidade que tanto buscava...

roubado do blog de um amigo, e do moska claro


Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.

Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.

Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.

E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.

É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

segunda-feira, novembro 02, 2009

para ler ouvindo Ben Harper - do album The Both Sides of the Gun- começando pela Morning Yearning...]

Esta noite tive um sonho
um sonho tão bonito de pensar
Começava com uma tremenda perda
tremo só de pensar...
Pelas ruas da cidade, vagava sem pestanejar
Buscando algo em que me apoiar
Tão modesta era a intenção
do refúgio longe do coração.

Esta noite tive um sonho
Que te encontrava a vagar
Desapercebido seu ombro encostou
naquele outro que estava sob o pezar
Apesar de tão perdido
Perdido estava ao tocar
Ao tocar o ombro amigo
sem intenção a procurar,
deixando o acaso levar
Ao encontro casual desejado, desejoso
deste toque o encontro de fez
E a sensação de vazio se desfez

O sorriso na fronte se formou
E o caminho certo se mostrou
Os olhares se tocaram,
a alma se mostrou
e tudo estava claro
O rosto conhecido na terra desconhecida
O conforto trouxe ao coração
sem que houvesse a intenção

A vida é arte do encontro, diz a frase do poeta que muitos já usaram
Mas tudo isso foi um sonho, um sonho mal acabado
Assim os olhos se abriram na distante terra conhecida
E o sorriso se fez sabendo que a historia podia ser reinventada

sexta-feira, julho 24, 2009

hora marcada

ter um compromisso marcado é algo relativo.
no ceará você diz: passo lá
e a tranquilidade de chegar a hora que for permanece, seja de manhã, tarde ou noite.
em são paulo tudo é diferente.
em um lugar que temos hora para tudo,
tudo automaticamente fica preso ao relógio.
como o tempo é relativo, como muda a referência dependendo do lugar e da maneira como as pessoas lidam com o tempo!!
cheguei de um lugar onde os passarinhos te acordam -quando não é o galo ou o próprio sol entrando pela janela, sem pedir licença.
mas verdade, apesar de ter luz elétrica [e mesmo se não tivesse] o regente do dia trabalhado é o sol.
é o sol que te tira da cama,
é o sol que te leva para a cama.
não por não ter nada o que fazer, mas por ser um ritmo natural de envolvimento com o tempo,
desse tipo de envolvimento com o tempo.
agora eu estou aqui, sentada em um bar com lembranças frescas dessa outra relação com o tempo,
escrevendo um pouco confusa entre o ritmo temporal à minha volta e o ritmo vivido até pouco tempo atrás no ceará.
e eu sou a mesma pessoa...
será?

sexta-feira, julho 17, 2009


sabe aquela tristeza miudinha
lá no fundo da alma

que você sabe que tem motivo,
mas liga para um amigo esperando te contar qual é?

fala da tua vida atual
diz que não sabe se virou ou se pode virar

conta tudo para ele,
mas no fundo tá se abrindo pra você mesmo
tentando achar uma solução
ou apenas um espaço para acalmar a ansiedade

se sentindo meio vazio, angustiado

no trabalho até que vai bem
apesar de uma certa entresafra comum em crises
mas isso vc conhece, sabe superar
mas ainda é o que ocupa, alegra, entretem

mas o que te angustia
são motivos maiores como estar sem casa,
com o[s] filho[s] longe
sem namorado[a]

com medo de se machucar ainda mais do que já se machucou
com vontade de ficar bem quietinho
e respirar outros ares
é bom, renova
mas é difícil

importante aprender a ficar mais na sua
ficar no seu canto
aprender a construir outro[s] tipo[s] de relação[ões]
aprender que nem sempre tudo tem que ser explicado, certo?

pois o que vc chama de inexplicável,
às vezes beira o óbvio, não carecendo de explicações

às vezes temos a tendência a racionalizar tudo
como se racionalizando tivessemos a falsa sensação de controle
mas às vezes temos que simplesmente deixar acontencer

quando vc se enche de perguntas se ele[a] não vai namorar,
se vocês vão voltar, pq está tudo nebuloso, sem volta, sem ida, sem isso , sem aquilo,
na realidade, você tem todas estas respostas dentro de você

e sabe que, por exemplo, ficar na sua é um exercicio que vc deve fazer
para ficar menos ansioso

e lembrar-se de que a decisão de voltar ou não também está em suas mãos

tá, ela[e] terminou, mas e ai? se ela[e] não quiser mais?
e depois de um tempo, qdo vc estiver mais na sua,
ela[e] quiser voltar e vc nao saber se quer?
essas coisas acontecem, afinal a vida é arte do encontro,
não?

ficar só tb é um grande exercício
inclusive de redescobrir-se
descobrir o prazer de estar consigo mesmo
bem acompanhado de você mesmo
e depois dos amigos, grande jóia
grande jóia da vida
os amigos
grande aconchego quando precisamos
a família que escolhemos
respirar outros ares
com certeza, amigos são a melhor coisa se se pode ter
a família que escolhemos: isso mesmo
outros ares

acho que vc precisa
senão vai ficar nessa angustia sem parar
de pensar em suas falhas e nao vai seguir em frente,
não vai se renovar até para um outro momento, quem sabe de reconciliação
é necessário se renovar
até para novos encontros
estar bem consigo mesmo
sim, vou me esforçar
é o primeiro passo para fazer diferente

essa é a diferença,
pois a partir daí, você já fez a diferença
simplesmente fazendo diferente
sabendo fazer
só fazendo

afinal
a gente faz fazendo

terça-feira, julho 14, 2009

domingo, julho 05, 2009

aprenda algo hoje


Hoje aprendi que amar alguém realmente significa integrar-se com esta pessoa

Hoje aprendi que dar nosso amor a pequenas pessoas é realmente gratificante e que podemos aprender muito com eles

Hoje aprendi que deixar o compromisso descompromissado é deixa-lo livre

Aprendi que aprender algo a cada dia é tudo

Aprendi a dizer: você é livre para ir, sem saber se voltará

Aprendi a entender que hoje as pessoas estão aqui, amanhã talvez não, e isso é uma realidade, talvez a mais dura que podemos aprender

Aprendi que quanto mais buscarmos o horizonte, mas ele se tornara nebuloso

E quanto mais tememos a solidão, mas a encontramos, pois sempre fazemos escolhas erradas

Aprendi que os amigos sempre são a melhor escolha nas horas de aperto

Mas mesmo assim a família é uma boa opção, e em certos casos, a única

Aprendi que nem sempre temos o controle das coisas e muito menos das pessoas, e tentar controla-las é uma grande ilusão

Aprendi que sempre é tempo de aprender algo

Aprendi que aprender algo a cada dia é algo

Todo dia

y asi seguimos


sexta-feira, junho 26, 2009

Obstáculos te mantém forte
As mágoas te mantêm humano
Os choques te mantêm humilde

sexta-feira, junho 19, 2009

Hoje acordei diferente
Vi o sol
Dispensei quem não me ama
Pensei nos amigos
Em minha mãe
Em quem gosta de mim
Acordei com vontade de tomar meu chá
Comer menos doce
Passear mais com meu filho canino
Cozinhar mais e trazer os amigos para meu canto
Sorrir e voltar a ser eu mesma
Essa menina moça
Menina livre
Que não gosta de regras
Que ri e se embaraça na própria vergonha,
disfarçada para quem não me conhece
Dramática, intensa
Mas nunca a mesma mulher dois dias seguidos
Que gosta de arroz integral e fazer exercicos para mente e corpo
Simplesmente eu
me reecontrando
encontrando o caminhos
e caminhos novos que despontam no horizonte
aberta a conhecer gente legal, gente nova
resgatar gente velha na vida
dispostas ao culto à beleza da troca humana
de poemas
de amizade
de belas palavras
e boa energia
de ombros quando necessários
de experiências
de alegrias
tristezas

senão de que valeria isso tudo aqui?

quinta-feira, junho 18, 2009

basicamente simples

Sento-me na cadeira azul suja pelo tempo mas não desligo a música que entra pelo fone de ouvido, pois o programa que passa na televisão é ruim demais para merecer minha atenção.
A porta se abre, vejo uma jovem com cara carrancuda despontar atrás da cadeira que é arrastada com toda força atraindo os olhares na sala de espera.
Observo sua saia rodada querer escapar do branco jaleco que a jovem veste -- chamam aquela cara de menina de doutora, e a saia combina com o mantra que entra pelos meus ouvidos.
O inusitado encontro com o ex paquera no metrô minutos antes de chegar àquela sala de cadeiras padronizadas me surpreendeu em todos os sentidos: fazia bem um ano que não o via, mas ele não havia me reconhecido na plataforma, disse que era por causa dos óculos escuros. Acho que mudei, mas acho também que ele continua demasiadamente distraído.
A conversa se estendeu ao longo das estações visto que nossas paradas eram próximas, despertando assim a lembrança do quanto ele era carinhoso naturalmente falando. Pensei:' porque nao deu certo?' Temos uma amiga em comum que conhece meu ex namorado, e os dois moços em questão se conhecem,fazendo rapidamente esta conexão, mais uma vez constatei que o mundo é bem pequeno e todos se conhecem, quase sempre. Isso desestimulou-me a investir novamente naquele moço alto e simpático que falava com entusiasmo de tudo que havia feito nesse tempo que deixamos de nos ver.
Tive a certeza de que não seria boa coisa quando toquei no nome do outro e senti um certo rancor por parte de ambos em relação ao provável concorrente, sem ter nada disso declarado, obviamente, mas é como se eles tivessem sentido, como se homens agora tivessem sexto sentido, ou eu é que dei bandeira demais. Confesso que não sou nada discreta.
Quando a menina-moça com saia indiana debaixo do jaleco me chamou e entrei na sala, novamente me surpreendi, dessa vez foi com a delicadeza que ela me apresentou paradoxalmente àquela impressão primeira adquirida ao chegar. Seu sotaque me chamou a atenção e me vi diante de uma mineira muito simpatica que se despediu amavelmente após um papo agradável dentro da sala.
Às vezes me pego questionando qual a real diferença entre essa megalópole que age como uma cidade provinciana e a cidade natal de minha mãe lá em Minas, que é infititamente menor que nossa cidade, mas às vezes você até consegue passar desapercebido.
Eu disse às vezes...

terça-feira, junho 02, 2009

Doença


Ela sempre foi teimosa, muito viva e veloz.
Sempre se esforçou para nos alcançar e participar ativamente de tudo.

Ela me disse que iria sair dessa, como que me acalmando, ou acalmando a si mesmo?

Nesse frio úmido não sinto minhas mãos e agora não pareço sentir sequer minha alma.

terça-feira, maio 26, 2009

É


é a louça que não termina nunca;
é o menino que reclama e não obedece sem negociação;
é o cão que quer sair, comer e brincar o tempo todo;
é o jornal que se espalha com o vento pela sala;
é a torneira que não para de pingar;
é o nervosismo entrando pelos poros;
é o telefone que toca descomprometidamente nas piores horas;
é o carro que está sujo e velho;
é o médico que preciso marcar;
é a ginástica que quero fazer;
é o beijo que quero dar;
é a praia que quero visitar;
é a onda que quero pegar;
é o amor que quero viver;
é o filho que quero ter;
é o prazer da brisa gelada de um lugar desejado;
é o brinde à vida a ser feito;
é a risada amigável a ser solta no ar;
é o abraço sincero e apertado;
é um milhão de amigos que não quero ter;
é aquele amigo que posso contar;
é aquela pessoa para quem posso ligar;
é aquela lágrima que posso soltar;
é aquele ombro amigo;
é aquele por-do-sol escarlate a brilhar;
é o gesto a favor;
é a voz baixa e veluda a acalmar;
é o não desistir diante das dificuldades;
é saber aprender;
é saber viver;
é saber chorar;
é saber levantar;
é saber achar a beleza em cada pequena coisa;
é poder trocar sem medo;
é poder trocar as armas por gestos positivos;
é a música celestial;
é o cheiro da manhã;
é a lenha que queima;
é o spam que nunca mais virá;
é o banco cobrando menos e dando mais;
é o aluguel alto;
é o condomínio atrasado;
é tudo que não temos e que precisamos;
é tudo que não precisamos;
é o lixo revirado;
é o lixo reciclado;
é o curso que não se pode pagar;
é o custo de vida;
é a outra cidade;
é a coisa que não acontece quando deveria;
é a oportunidade perdida;
é a dor da partida;
é o vão da despedida;


ai acho que vou começar a assistir novelas...

segunda-feira, maio 11, 2009

que medo

Ben Harper cantava suavemente quando, vindo da janela, ouvi um assobio do vento acompanhado de gritos de crianças assustadas.
Pela fresta da janela entreaberta, vi árvores de debatendo contra o vento. Intrigada me aproximei e, sem abrir a janela, constatei uma forte ventania que levantava folhas e papéis pela rua e redemoinhos de poeira diante dos olhos incrédulos dos transeuntes que corriam pela calçada.
Tudo na rua balançava, o cabelo das pessoas, os sacos de lixo que aguardavam o lixeiro, o espelho da garagem do prédio da frente, até o helicoptero parecia instável diante daquele céu cinza. Pensei na tempestade que viria em seguida.
A furia do vento esvaziou a rua, os vidros balançavam como se o vento quisesse entrar a força, ora parava, para depois recomeçar mais forte ainda.
Os trovões se aproximavam e o céu perdia seu azul para dar lugar ao cinza escuro.
Os primeiros pingos traziam a bonança prematura daquele vento assustador.
É...acho que vai chover

domingo, abril 26, 2009

ice castles

insone, me levantei com a melodia da música do filme que assisti hoje a tarde ecoando na cabeça.
assim sem querer, no intervalo do jogo final do paulista, fui zapeando com meus sobrinhos e me deparei com um clássico dos anos 80 sobre a superação de uma menina, patinadora no gelo, de 16 anos ao perder a visão e conseguir se apresentar sem que ninguem soubesse que ela não mais enxergava. Ainda desconfio ser uma história real, e mesmo que não for, me arrancou lágrimas.
a música estava guardada na memória de maneira tão fresca, que parecia que eu tinha deixado na primeira gaveta!
obviamente um filme tão antigo em um mundo tão moderno e rápido teria seu registro no youtube, e ao investigar, BINGO lá estava justamente a cena final, da apresentação da nossa heroína que consegue se superar.  
menina da cidade de interior gosta de patinar, tem talento e um namorado que a ama. menina começa a fazer sucesso e o namoro não acompanha seu sucesso em suas viagens, assim namoro acaba mas ele segue amando-a. Logo quando chega ao topo, Lexie sofre um horrível acidente. Com o amor e apoio de seu namorado de infância, tranforma seu infortúnio pessoal em uma vitória comovente.
sei lá porque me tocou tanto, mas sei que no meio da macarronada de coisas que tenho dentro da cabeça esta noite, precisei escutar outra música para poder esqueca-la um pouco...
e para quem quiser saber mais sobre o que estou dividindo:

domingo, abril 19, 2009

receita de como incendiar uma casa


Uma pitada de desligamento das questões do trabalho;
Um sorriso e meio de filho para dar liga ao relaxamento;
Um bocado de saudade de passar bons momentos junto com o mesmo;
Um dia de véspera de feriado;
Um sopro de noitinha baixando na metrópole;
Uma colher de vontade de fazer um lanche informal;
Uma xícara de chá de esquecimento de comprar a salsicha prometida;
Meia xícara de improviso ao mudar de ingredientes;
Uma frigideira para fritar os bifes escolhidos;
Um pacote de pão de salsicha para confecção de sanduíches;
Um jogo semi-final do campeonato paulista na televisão;
Um punhado de óleo esquentando na frigideira;
Três lances controversos no jogo que passa na televisão;
Cinco minutos de polêmica, desavenças e violência dentro do estádio;
Dose fatal de ausência da cozinha;
Sensação de aumento de luminosidade na mesma;
Meio aviso de que tem algo errado no fogão;
Batatas frescas para queimadura.

Após deixar a frigideira com fogo aceso e ir verificar os ocorridos na televisão, espere o aquecimento efetivo do óleo, não marque o  tempo, para que seja efetivo.
Ao se formar a labareda azul meio esverdeada, mas que alcance meio metro, deixe queimando até alcançar outros materiais inflamáveis e está feito. Torça para a o óleo estar em quantidade suficiente para que a labareda tenha a vida útil para queimar o resto da cozinha e casa.
No caso de desistência ou falta de altura da labareda, retire a frigideira do fogão e leve com cuidado até a pia.
Se houver pressa neste último processo, você corre o risco de queimar a mão e não ter tempo de ligar a água da torneira para diminuir e extinguir a labareda.
Caso você tenha chegado a este ponto, verifique se há batata na geladeira, e, antes de cortar fatias para aplicar em cima da queimadura, verifique se a labareda foi abafada na pia, sem a abertura da torneira obviamente.
Coloque fatias da batata trocando regularmente até que cesse a dor e diminua a vermelhidão.
Se você chegou a esse ponto, não se lamente, siga com a terapia da batata, um dos melhores remédios naturais contra queimaduras, e tente novamente daqui um mês.
Boa sorte!

quarta-feira, abril 15, 2009

pomeriggio colorato

O relógio bateu treze horas.
Convidei Ana para almoçar. Nós duas tínhamos trazido comida de casa e bastava atravessar o museu  até a ala leste para alcançar a copa.
Falamos animadamente sobre assuntos variados enquanto comíamos. Parecia que não havia ninguém ali além de nós de tão animadas.
Descemos até o térreo para um café: não resisti e tracei uma sobremesa com leite condensado.
Depois seguimos para o banco fazendo companhia uma para a outra. Quando entramos, cada qual foi para um lado, e quando terminei o que tinha para fazer, fui ao encontro dela na mesa da atendente.
Papo para lá e papo para cá, virei e deparei-me com a imagem de um ator ali dentro do banco conversando  com uma funcionária perto do café, e como aqui em São Paulo não temos o costume de ver atores pela rua, chamei a atenção da Ana e comentei sobre ele.
Como vi que os trâmites dela iriam demorar um pouco, sai de perto da mesa e fui em busca de um copo d´agua que, coicidentemente estava do lado do café. Aproximei-me da dupla que havia visto antes e ela, talvez a gerente, me introduziu rapidamente na conversa, ele, ator simpático, me recebeu com um largo sorriso.
Sem grandes rodeios perguntei a ele qual era seu nome e ouvi em seguida uma educadaresposta:
Umberto, Umberto Magnani.
Lembrando do meu amigo Dudu Magnani, fiz menção a ele sem esperar resposta alguma, mas eis que veio:
Com anda aquela peste?
Não acreditei na coincidência, pois Dudu nunca mencionou que tinha um primo ator vindo lá de Santa Cruz do Rio Pardo.
Conversamos animadamente sobre seu parentesco com meu amigo até Ana se aproximar, recebendo um caloroso boas vindas de Umberto, que na despedida nos presenteou com suadoçura e simpatia no meio daquela tarde cinzenta paulistana, fazendo-a ficar definitivamente mais colorida.

sexta-feira, abril 10, 2009

sexta feira santa


Parecia mais um feriado de Páscoa: peguei Lucas na casa da avó e vim com ele até minha casa. Ao entrar no hall do prédio, encontramos a vizinha do quarto andar que nos cumprimentou e parecia que iria sair do prédio, pensei isso pelo forte odor de perfume que ela havia deixado no hall e elevador.
Subimos e resolvemos sair com  Gusmão para um passeio.
Quando descemos, encontramos a mesma vizinha no portão, olhando para a rua como se estivesse esperando alguém. 
Vim a compreender o que ela estava olhando, quando ganhamos a rua e demos de cara com muitas velas iluminando a rua estreita, acompanhado de um carro de policia que assegurava a procissão da sexta feira santa.
Neste momento Lucas se assanhou e correu para perto das pessoas querendo descobrir o que significava todas aquelas velas acesas em direção ao canto de uma mulher toda de preto em cima de uma cadeira, com a imagem de Cristo nas mãos.
Seguimos um pouco o caminhar religioso daquelas pessoas que cantavam músicas de minha infãncia no colégio de padres canadenses. Lucas não tirava o olho daquele gente, sem entender muito bem  tudo aquilo, querendo estar perto e estar longe do movimento.
Quando eles viraram a esquina, e o cântigo foi se perdendo entre sons de radios dos carros que ali esperavam a passagem e o passo apressado das pessoas que não se envolviam.
e tudo voltou ao normal.

segunda-feira, abril 06, 2009

fiel


cheguei em casa tão agitada e que não consegui ir dormir sem escrever sobre o filme que acabo de ver: a pré estréia do filme Fiel.
Chegamos 5 garotas no shopping Frei Caneca: 3 corinthianas e 2 são paulinas, mas numa boa, fomos de peito e coração aberto, senão, para que ir?
Aquela muvuca, nomes na porta e muitas câmeras e entrevistas, flashes e pessoas, muitas pessoas!
As duas são paulinhas entraram e se desviaram de todo aquele auê até alcançar o café, de onde se via todo a movimentação lá de fora. logo as corinthianas se juntaram ao observatório, muitos comentários, risadas, desncontração misturada com a excitação e expectativa do filme que estava para começar.
Entre os vários tipos de camisetas do timão andando para lá e para cá do saguão, reconheci F. Santoro, amigo de infância [ontem!] e atual advogado do Corinthians e na correria da fila para entrada na sala de exibição, pude notar sua elegância e na lapela do terno o pim do time, um abraço e sorrisos. Outros rostos conhecidos passaram como se fosse um filme, sem estar em um, mas com a sensação de. gente de tudo quanto é tipo: uniformes da gaviões, ternos alinhadíssimos, vestidos longos, jeans rasgados e muita emoção da torcida da fiel.
Senti-me quase em um estadio quando entrei na sala de exibição e atrás de mim entrou um grupo da gaviões bem agitado, mais do que eu. Seus gritos permearam a exibição toda, mas não tirou o brilho do filme, documentário este que relata a trajetoria do timão na queda para a segunda divisão e volta triunfal, narrada através de vozes do povo, de jogadores e do técnico mano menezes.
não sou torcedora do timão, mas devo confessar que tive momentos de emoção desde a apresentação de serginho groismann e andreia a diretora do filme, passando por momentos angustiantes que o time passou no ano de 2007 até a volta em 2008.
acho que não é do tipo de filme que eu pagaria para ver no cinema, como haverá muito torcedor que de fato o fará, mas vejo como um privilegio poder ter estado ali, assistindo ao lado de fervorosos corinthianos a história do time deles. tenho grandes amigos torcedores do timão que sei trocarei muitas impressões...
obrigada pelo convite povo do museu!!! [e M. Rubens P.tb!]rs


domingo, abril 05, 2009

rancor x mágoa = viva a vida


sentimentos menos nobres também permeiam nosso dia a dia.
outro dia descobri que fulano não me aprecia, e nem me conhece! mas como ele mesmo não tem boa fama, sei que tudo que ele deseja para mim, voltará para ele.
fico de fato tranquila pois mais cedo ou mais tarde, sem ele perceber, tudo voltará.
acredito muito no famoso o feitiço se volta contra o feiticeiro.
aliás, cada vez mais eu desejo coisas boas para as pessoas. claro que não dá para apreciar pessoas que nem esta citada acima, mas dá para ignorar esse tipo e gente, e essa é minha política agora, já que não sou tão habilidosa em lutar com as mesmas desprezíveis armas... 
outro dia um [ex?] amigo citou a diferença entre mágoa e rancor.
ele disse que rancor fica e mágoa desaparece. 
fiquei pensando sobre isso...será que ele queria dizer que estava magoado naquele momento e tudo desapareceria depois? então porque ele disse o que disse e fez o que fez? ele não sabe que o que dizemos e fazemos tem seu peso e impressão no outro?
se estamos magoados e temos essa consciencia, então porque magoar o outro? que prazer sádico é este? 
não sou rancorosa, mas vivo intensamente os sentimentos do momento: se estou com raiva, a deixo sair e se sou atacada, em meu limite, eu retruco. 
se estou feliz, porque não irradiar isso às pessoas que estão perto de mim??
se estou triste, deixo as lágrimas rolarem, seja onde estiver, com quem estiver. precisamos de fato ficar o tempo todo se contendo? precisamos sempre manter a aparência? que aparência?qual o custo disso? perder um abraço? chegar até o lado mais sensível até da pessoa mais insensível?essa de ficar se contendo, qualé? não quero ter câncer!
por isso clamo por um brinde à vida e deixo o texto do jabor para reflexão!

SEJA FELIZ E PRONTO... 
(Arnaldo Jabor)
A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.
A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações,
dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?

Ha ha ha ha ha ha ha ha!

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... A realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim.
Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva.
Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte.
Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria.
Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.
Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus, confie e espere só NELE e pra relaxar que tal um cafezinho gostoso agora?

"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios". "Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche".

Seja você mesmo sempre e VIVA A VIDA!!!!

terça-feira, março 31, 2009

quando se toma uma decisão, tudo muda.
os ventos mudam, o canto dos passarinhos muda, nossa percepção muda.
Claro, muda porque a decisão irá mudar os rumos que antes estavam rumando sós, 
mas o medo de tomá-la pode adiar o inevitável, e com isso causar uma angústia gigante.
ai a bola de neve se inicia: a  dúvida pode pairar e aquela nuvenzinha não sairá de lá enquanto nao se falar sobre, não se verbalizar e tomar a tal da decisão.
as vezes é preciso chegar ao limite para perceber e perceber-se como humano cheio de limites.
mas quando a decisão é tomada, ainda mais em conjunto, diminui o peso das coisas e elas se tornam mais leves.
assim leves, podemos voar novamente...