Hoje acordei dando bom dia ao sol ouvindo boa música.
Tudo me parecia diferente -- acho que aquilo que estava diferente
era eu internamente,
e a vontade de ficar diferente.
A música entrou pelo fone de ouvido sem pedir licença e me tocou.
Lá no fundo, na sensível sensibilidade;
interna, bem internamente;
suave, suavemente,
como veludo.
E tudo passou a ter essa sensação,
essa cor.
Pensei naquela pessoa assim, sem querer...meu coração se aqueceu.
O sorriso daquela criança que brincava com retalhos de pano enquanto pedia dinheiro no semáforo, imaginando uma roupa nova, pareceu mais iluminado quando percebeu que alguém lhe roubava a magia do momento e a observava...
O desencontrar de mãos, primeiro ela procurando a dele e depois ele tomando a dela, para finalmente atravessar a avenida de mãos dadas e protegidas do casal de meia idade que esperava a vez de atravessar, pareceu mais meigo, unido e carinhoso...
Os problemas não resolvidos me pareceram tão leves...
As minhas amizades mais valiosas ainda...
Minha sinceridade menos severa...
Querer encontrar o pequenino logo era deixar o dia mais desejoso de seguir em frente.
Regado pelo mesmo sol que iluminou meus caminhos pela manhã, agora na volta,
quase se despedindo.
O som das cordas do violão e a voz suave da canção deixou a rua mais aveludada.
Não ouvia mais buzinas,
Não sentia cheiro de cigarros,
Nem via cara feia de gente triste,
Não ouvia rancores de corações apertados.
E o que permeava a alma era apenas a serenidade que tanto buscava...
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