sábado, setembro 08, 2012

estórias de fantasmas

No meu plantão pós feriado no trabalho, recebi a feliz visita de minha amiga Mari e sua linda filha Marcela.
Acompanhei a visita delas o quanto pude e, ao levá-las até a casa Rosa, que foi por um tempo a escola rural do Instituto Butantan, comecei a contar as estórias de assombração que me contaram quando cheguei por ali.
Marcela, que tem 10 anos, não poupou-me em cortar minha alegria dizendo não ter medo de estórias assombradas, mas mesmo assim, ao longo da visita, me encheu de perguntas sobre as tais estórias.
No final ela não estava satisfeita, queria mais estórias enquanto meu repertório havia terminado.
Almoçamos juntas e comentamos como o meu filho fez falta para o quarteto estar completo, mas quando cheguei em casa, contei a ele sobre a visita e os comentários.
Estávamos lanchando eu e meu filho e contei também sobre as estórias de fantasmas que havia contado à Marcela, a amiga dele, naquela tarde. Ele riu e disse:  mãe, não existem fantasmas, eu pessoalmente já testei isso.
Perguntei como ele havia testado, e ele, calado, se levantou e sumiu da copa. Vi que ele cochichou algo com sua avó e desapareceu escada acima.
Um grande silêncio se fez e ao terminar meu lanche levantei-me e me dirigi às escadas para resgatar o pequeno, que deveria ter me esquecido depois da conversa de fantasmas.
Estava na metade da escada quando levantei o olhar para o topo dela e vi a figura que me aguardava: era um fantasminha juvenil debaixo de um lençol dando risada bem baixinho tentando disfarçar a alegria excessiva comprobatória de sua teoria. 
Não segurei o riso quando juntei as peças do quebra-cabeça: ele lançou sua teoria de teste e sumiu para prová-la se vestindo de fantasma, finalizando sua comprovação tão óbvia: mãe, não existe fantasma, eles na verdade são pessoas fantasiadas debaixo de lençóis. 

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