segunda-feira, agosto 01, 2005

cidade sem S num amazonas com S

Dia de partir.
Malas prontas.
Olhar longuínquo,
cabeça com o pensamento no lugar que, dentro pouco, não mais habitaria meus dias.
As ruas,
as lembranças de tão pouco convívio e tão profunda marca,
em um só lugar,
tão simples.

Cidade das bicicletas e motos na rua,
carros pude contar nos dedos quantos tinham na cidade, até atrapalhavam!!
Cidade do tucano filhote criado no quintal,
alimentado de miolo de pão molhado e resto de sementes e frutas esquecidos no chão.

Cidade do forró regional tocado no palco montado pra festa, pertencente a paisagem que dava adeus ao sol que se deitava todas as tardes.

Interior amazonense que me recebeu como se eu fosse amiga e conhecida, que me mostrou sua festa mais importante, onde conheci o boi preto e o boi branco, amigos-inimigos, vizinhos parentes que dividem e reúnem a cidade num jogo paradoxal entre alegorias, música e cores.



Lugar onde mora meu irmão mais novo e sua mulher, onde eles trabalham e se relacionam, relacionando sua origens e bagagem com aquilo e aqueles que veem e vivem ali. Lugar de risadas, lembranças, histórias, comida boa, tranquilidade, sol, sol, sol, sol, calor, calor, calor e claro, calor.

Onde se pode ir à casa do parente da amiga pegar laranjas e na volta ganhar limões para um refresco, na tentativa de aplacar o calor. Onde se vê quiabo de dois tipos, onde se chega a andar de moto em 4 mulheres. Onde se sai a noite de bicicleta e a pé.


Um lugar onde o tempo é outro daquele de onde venho, onde o tempo tem seu
próprio tempo
.


lugar de Gui, Lana, Mara, Evaldo, Tot, Sarah, Joanice, marido,filhos e netos, dona Leonor, Ciria, Andreinha, boi preto e boi branco...

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