terça-feira, agosto 09, 2005

Sou uma formiga

Me lembro do verão de 1994, quando parti com minha amiga Lu e seu amigo espanhol Manuel dentro de um ônibus que nos levaria a Chapada Diamantina(BA), onde encontraríamos tantos outros amigos. No final, para chegar ali, estivemos dentro do ônibus por 36 horas. Dentro desse mesmo ônibus, passamos juntos o Natal de 1993.
Lá na Chapada passamos bons momentos em caminhadas e cachoeiras, inclusive na caminhada da cachoeira da fumaça, que levava 3 dias até completar todo o percurso. Foi uma das passagens de ano mais marcantes da minha vida: todo grupo deitado em uma grande rocha olhando para aquele céu estupidamente forrado de estrelas. Tomamos 3 garrafas de vinho para comemorar a chegada de 1994, mas acho que só consegui tomar uns 3 goles pois era muita gente e pouco vinho. No final todos nós dormimos antes das 22hs na noite de 31 dezembro de 1993.
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Volto para o presente e vejo essas pessoas embarcando com artefatos indígenas, me lembro que estou em Belém do Pará! Gente entrando e saindo do avião.
Ainda temos que parar em São Luis do Maranhão para chegar em Fortaleza e agora que o sol foi dormir, não terei mais o espetáculo da natureza conversando comigo nessa longa e solitária viagem.




visão de parte do rio amazonas do avião


Quando o ano de 1994 nos deu boas-vindas, e o tempo das caminhadas terminou, lá estava eu mais uma vez levando todos os amigos até o ônibus para me despedir pois eu ficaria mais tempo do que o planejado. Todos se foram e somente eu fiquei.
Chegada minha hora de partir, fui de encontro a dois amigos italianos, Simone e Lucco, que estavam no sul da Bahia.
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Adeus sombras e siluetas de Belém...
raios no horizonte
pista de decolagem a nossa frente
tudo iluminado
as estrelas em Belém brilhavam e piscavam para mim nesse rio de cores
atrás das nuvens o sol ainda dava um último suspiro

até aqui 3 sanduíches, 2 sucos, 1 água e inúmeras balas...

Essa peregrinação toda me remeteu à minha viagem de retorno da Chapada. Solitária, levei 24 horas nas estradas do interior bahiano entre baldeações e trechos mais longos. Passei essas 24 horas muda praticamente, pois entre uma soneca e o acordar na próxima parada, as pessoas que sentavam-se ao meu lado mudavam tão rapidamente, que não tinha tempo hábil de sequer cumprimentá-las...dessa vez até aqui não sentou ninguém do meu lado...

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