Ele me disse: ‘Para mim teus textos não tem métrica, acho que são um desabafo’,
‘Para mim está bem’, como se ele completasse antes de retomar a música com o violão.
Para mim não. São textos vindos lá de dentro. Estão prontos, e pronto!
Eu só os coloco em ordem de modo que fiquem claros.
Como David de Michelangelo: ele estava lá dentro do mármore, disse o artista.
Para mim, os textos e as palavras estão dentro de uma caixa, que quando é aberta,lá vem tudo junto, numa tacada só. Bom ter lápis e papel a mão, senão elas escapam e tomam a janela ganhando o mundo. E sem recuperar as palavras fugidias que escapam de minha compreensão, no final ficam sem o devido sentido.
E corro o risco de ficar na mão, esperando a próxima visita me deixando envolver pelo timbre de sua voz entre o dedilhar das cordas musicais.
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