quarta-feira, setembro 12, 2007

ontem

A chama do cigarro é a unica coisa que me aquece o coração nessa madrugada fria.
talvez outra mulher tivesse aguentado o que passei, talvez soubesse lidar melhor.
E, das poucas palavras que escutei, pude perceber o quão sou imperfeita.

Me igualo, por um breve momento, quase imperceptível, [quissá] à unica pessoa que amei de verdade.
Isso foi há muito tempo.
Paro e me dedico à imagem de menina desprotegida procurando abrigo para toda sensibilidade.
Hoje penso se haverá lugar para ela em algum lugar.

Aceitar aquilo que me agride é saber viver de forma saudável?

Dói hoje.
Amanhã carregarei a certeza do adeus bem dado.
É uma página difícil, mas nem impossível, nem a primeira a ser virada.
Não vou olhar para trás, tão pouco me lamentar.
Como sempre, guardarei as coisas boas e o tempo se encarregará de me ensinar o que deve ser aprendido.

O balanço de histórias vividas me traz novamente à memória a pessoa que me ensinou a amar, a odiar, a ter medo e machucar.
Tudo aprendido/apreendido de uma só vez.
Seria isso possível?


Não sei ser algo diferente do que sou, sei ser eu em minha totalidade e ainda sei de algumas coisas que aprendi.
Aprendi também que chorar traz leveza, colocar para fora aquilo de ruim que está te machucando dentro, te livra do ferimento e da amargura.

Olhar para frente e tentar desembaçar a vista para enxergar o horizonte e às lindas coisas que estão a tua volta, é um exercício que se deve fazer todos os dias, principalmente quando se toma um tombo.
Quando se aprende, não se esquece.
Creio que é como andar de bicicleta.

A imagem de mim mesma sorrindo amanhã não anula a necessidade de sentir com toda sua força e intensidade a tristeza deste momento, por mais que a confusão tome conta do coração doído.

Não há colo que afague a dor, há a solidão acalentadora do sofrimento.
Há a musica capaz de levar para longe a cabeça transtornada.

Todos os dias tomamos decisões na vida.
Hoje tomei uma bem difícil para mim.
Mas decidi gostar mais de mim me valorizando.
Hoje optei por mim.

Sei que é uma semente que vai brotar um dia e que se, por ventura, eu não consiga chegar onde quero, nem encontrar real e efetivamente o que se possa chamar de espaço para que algo exista verdadeiramente, sei que no final eu tentei e será uma tentativa com muito aprendizado e legitimidade.

Já me sinto melhor, pois é tempo de curar, em todos os sentidos em todas as línguas.


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