quinta-feira, setembro 20, 2007

vitae et mortis

"...queixa-se de uma saudade que a acompanha a cada momento, saudade de alguma coisa que ela não sabe o que é. Não compreende como ame tanto a solidão e ache tão insuportável viver sozinha....tem uma certa simpatia pelas pessoas complicadas e julga compreendê-las bem. Acha desinteressantes as pessoas normais. Diz que a sua extroversão é uma forma de introversão." Maysa

Você chega sozinho e é abraçado por muitos—ao menos um.

Quando você parte é abraçado por ao menos um para poder ir em paz.
De onde viemos e para onde vamos ninguém sabe, a não ser aqueles que vão, pois não possuímos memória suficientemente consciente para nos lembrarmos do lugar onde estávamos — ficamos em algum lugar antes de nascermos?
Portanto, o único momento que tem para nos unirmos às pessoas e criarmos laços, é nessa nossa rápida passagem pela existência terrenea.
O ser humano é muito complexo e acaba se enroscando em emaranhados psicológicos — muitos deles explicados por Freud — perdendo muito tempo em driblá-los ou convencendo-se que todo e qualquer problema decorrente de algum trauma é motivo para não criar laços.
Conheço gente que tem discursos lindos, mas completamente paradoxais às suas próprias atitudes, e que não se dão conta o quanto conseguem ser superficiais nesse sentido.

E me questiono: será que a vida tem sentido se passarmos dando apenas rasantes evitando o mergulho?
A vida nos dirá [ou não] e a morte também.
Para os crentes será sempre aprendizado para a[s] próxima[s] vida[s] —assim como um legado— pois tudo que fazemos aqui servirá contra ou a favor nas próximas.
Para os descrentes, é melhor não perder tempo com nossas complexidades internas.


A vida é curta demais para andar no caminho certo, mas na mão errada.

Nenhum comentário: