terça-feira, janeiro 11, 2011

no dia 11 do 01 de dois mil e 11



Após tantos anos, esbarrar no passado pode desenterrar muitas lembranças.

Abrir aquela gaveta já trancada há tantos anos, pode te transportar para outros lugares e estar com outras pessoas.

São incríveis as viagens que podemos fazer sem sair de nossas cadeiras, em frente ao computador, olhando a televisão, relendo uma velha agenda ou mesmo tirando pó de fotografias antigas.

O desejo escondido nas palavras, no quase gesto, nas memórias apagadas pelo vento, se transformam em pegadas esfumaçadas no chão de terra batida.

Bom lembrar que a vida é boa e simples, como o espírito era leve, e mesmo assim, ao olharmos para trás, conseguimos ainda perceber nossa história escrita em rastros quase imperceptíveis.

Lembrar o quanto nos encantávamos com pequenos gestos, como era divertido apenas dar risadas e nos desafiar em conversas nada lacônicas sobre nossa existência, além de conseguir nos desfiar em novelos complicados de descobertas internas.

Na troca de sorriso que virava encantamento do mundo, com o mundo, para o mundo, era possível encontrar-se na essência que tinha o puro propósito de ser sentido.

Um velho amigo contou-me sobre uma fala de Martin Buber que ele havia conhecido há pouco: "liberdade e destino estão solenemente prometidos um para o outro em casamento e unidos pelo significado"

Fica então um beijo não dado, do sonho não realizado de tempos não vividos, na vã tentativa de apreender a suavidade do ar fresco de nuvens coloridas

No mistério do sentir que foi apagado, o sol some na névoa deixando rastros de sangue no horizonte rasgado.

Um comentário:

Unknown disse...

o Eu e o Tu.
Outras tantas o Uno.
E tantas, na profunda relação raras mas sabias vezes me descubro plenamente sintonizado com alguem como se os nossos mundos internos fossem o mesmo.
Surpreso
Encantamento