Muitas coisas me fazem sentir sua falta.
Desde a necessaire esquecida no banheiro, a toalha esperando ser usada, a dúvida quanto ao banho a ser tomado sozinha e escolha do vestido surrado que você adora.
A cama imensa é cruel, mas poder deixar a persiana aberta para o sol entrar pela manhã lembrando que o dia já começou é demais.
Estou fazendo progressos também. Caminho sozinha e apoio o pé no chão. Sinto os pés no chão, e a alma leve.
Vou fazer a autobiografia, a minha autobiografia.
Com o livro começado há dias nas mãos, e comprometida com o findar do livro, ouço um barulho cadenciado que me chama a atenção. Deixo o livro e abro a janela em busca do esclarecimento do mistério.
Vejo a chuva cessando e a cidade quase adormecida. Isso me acalma, observo o bairro de cima, quase não reconheço o restaurante japonês nosso vizinho que íamos juntos.
Viro-me para dividir a descoberta e fico com o silêncio e a sombra de tua ausência.
Tudo que olho e vejo, que escuto e ouço, que penso e repenso hoje especialmente está ligado a você.
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